segunda-feira, 26 de maio de 2008

Os lobos, em risco de extinção


O lobo é um predador que nos habituaram a ver como demoníaco. Hoje, esse conceito está completamente desactualizado mas, infelizmente, os novos conhecimentos sobre este animal estão pouco divulgados junto da opinião pública.
O lobo é uma das espécies cuja área de distribuição mundial mais tem sido reduzida. Esta situação tem motivado enormes esforços com a finalidade de evitar a sua extinção, pois se não actuarmos de uma forma concreta e positiva, perderemos mais uma espécie animal. Foi tendo em atenção o que atrás foi escrito, que o Grupo Lobo
iniciou uma estratégia cujas áreas de actuação dizem respeito à informação da opinião pública, ao apoio a estudos científicos e à promoção de medidas práticas e conservação.
Nome vulgar: Lobo Ibérico.
Nome Científico:
Canis lupus signatus.
Área de Distribuição: Península Ibérica.
Habitat: floresta, serras e planicies.
Hábitos alimentares:
A alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas silvestres e dos diferentes tipos de pastoreio de cada região.
Comprimento: entre 1,40 m e 1,80 m.
Peso: machos entre 30 a 40 kg, e fêmeas entre 25 a 35 kg.
Período de gestação: cerca de 2 meses.
Número médio de crias:
3 a 8.
Longevidade : Em cativeiro, há registos de exemplares que viveram até aos 17 anos.
As principais presas silvestres deste predador são o javali, o corço e o veado, enquanto que as presas domésticas mais comuns são os ovinos, os caprinos, os bovinos e os equinos.
Pode também predar cães e alimentar-se de cadáveres de outros animais.
Durante o século XIX os lobos eram numerosos em Portugal ocupando todo o território nacional. Contudo, já em 1910 era notório o seu declínio e apesar do actual estatuto de conservação do lobo, os estudos até agora realizados sugerem que a população lupina em Portugal continua em regressão, encontrando-se actualmente confinada à região fronteiriça dos distritos de Viana do Castelo e de Braga, à província de Trás-os-Montes e parte dos distritos de Aveiro, de Viseu e da Guarda.
As causas do declínio do lobo são a perseguição directa e o extermínio das suas presas selvagens - veado e corço. O declínio é actualmente agravado pela fragmentação e destruição do habitat e pelo aumento do número de cães assilvestrados.
A perseguição directa movida por pastores e caçadores - caça furtiva com armas de fogo, remoção das crias das tocas, armadilhagem e envenenamento - deve-se à crença generalizada que o lobo ataca o homem e os animais domésticos.
A escassez de presas naturais, provocada pela excessiva pressão cinegética sobre os cervídeos e pela destruição do habitat, leva a que, de facto, os lobos por vezes ataquem os animais domésticos.
No entanto, em áreas onde as presas naturais abundam, os prejuízos provocados pelo lobo no gado são quase inexistentes. Ao mesmo tempo, pensa-se que presentemente existam centenas de cães abandonados a vaguear pelo país, que competem com o lobo na procura de alimento, sendo provavelmente responsáveis por muitos dos ataques a animais domésticos incorrectamente atribuídos ao lobo. Em relação ao ataque a humanos, existe apenas uma informação comprovada que se refere a um animal com raiva, doença que, felizmente, já há muitos anos se encontra irradicada de Portugal.
O lobo só sobreviverá se lhe proporcionarmos refúgios adequados e alimentação natural (corço, veado, e javali), e aceitarmos que cause algumas baixas nos rebanhos, sendo os pastores indemnizados, sempre que o ataque seja comprovadamente atribuído ao lobo. A reintrodução de cervídeos - veado e corço - é fundamental para a sobrevivência dos nossos últimos Lobos Ibéricos.

sábado, 17 de maio de 2008

Tartarugas de couro – as maiores tartarugas marinhas estão criticamente ameaçadas de extinção

Embora seja uma espécie protegida encontra-se ameaçada por inúmeras actividades humanas: pela ingestão acidental de plástico, por ser apanhada em redes de pesca, por ver os seus locais de reprodução destruídos e por ser caçada ilegalmente para aproveitamento sua carne, bem como pela destruição intencional de ovos. Um declínio global de 78% em 14 anos levou a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) a incluir a espécie na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas com o estatuto de “Criticamente Ameaçada”. As fêmeas regressam sistematicamente à mesma praia, a cada dois ou três anos, para por os ovos. O que fazem e por onde andam entretanto permanece um mistério. Por vezes é possível observá-las no Atlântico norte. Algumas chegam mesmo a ser avistadas ao largo do Canadá, na sua busca pelo alimento preferido: medusas. As tartarugas de couro adultas estão adaptadas a águas mais frias do que as outras tartarugas, por isso a sua distribuição é mais ampla e estão presentes tanto nos mares tropicais como nos subpolares, no Mediterrâneo e nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.Os principais dados para avaliação das populações têm sido recolhidos nas áreas de nidificação. A taxa de reprodução tem caído mais de 80% na maioria das populações do Pacífico. Noutras regiões a situação não é tão preocupante e tem-se mesmo registado algum crescimento nessa taxa. Ainda assim, em termos globais, a diminuição do número de fêmeas situa-se nos 70% no espaço de uma geração. Numa petição recente, assinada por duzentos cientistas que pedem às autoridades norte-americanas a criação de uma área de protecção para estes animais ao largo da Califórnia, faz-se notar que a população reprodutora do Pacífico caiu de 91 mil indivíduos em 1980 para apenas 5 mil em 2002.No Atlântico as áreas de nidificação mais importantes estão situadas na Guiana Francesa.